Três das principais montadoras de veículos da Europa estão adotando um novo modelo de negócio, ampliando sua atuação no setor bancário. Renault, BMW e Volkswagen estão cada vez mais interessadas em captar depósitos e poupanças de seus clientes, visando facilitar a venda de veículos.

Mas como isso funciona? Quando se trata de comprar um carro zero, é comum não possuir o valor total em dinheiro de uma só vez. É nesse ponto que tradicionalmente entram os financiamentos, permitindo o pagamento a longo prazo com a adição de juros.

No entanto, as altas taxas de juros atuais, as mais altas em 22 anos na Europa, tornam o financiamento mais oneroso, levando os consumidores a pensar duas vezes antes de tomar a decisão de compra.

Para contornar esse desafio, as montadoras estão se tornando instituições bancárias, o que se torna uma opção mais econômica para financiar os empréstimos de veículos e evitar que suas vendas sejam excessivamente impactadas pela desaceleração do mercado.

Em números, quase metade dos empréstimos para compra de veículos da Renault no ano passado foi financiada por meio de depósitos de clientes, ou seja, pessoas que depositam seu dinheiro no banco da montadora. Essa proporção já era de 35% em 2018, mostrando que a montadora francesa trabalha com esse modelo desde 2012.

Por sua vez, a Volkswagen já está presente no setor bancário há mais de 30 anos. No entanto, as altas taxas de juros recentes têm direcionado maior foco para esse segmento, resultando em 160 mil novos clientes em 2022 e um total de quase €8 bilhões em depósitos.

Essa nova abordagem do setor automotivo tem como objetivo oferecer alternativas de financiamento mais acessíveis aos consumidores, considerando o atual cenário de taxas de juros elevadas. Ao se tornarem bancos, as montadoras têm a possibilidade de facilitar o processo de compra de veículos e manter suas vendas em um mercado em desaceleração.

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